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quarta-feira, 21 de maio de 2025

2º ciclo | Área 2: Identidade e Sexualidade Tema 1 : Auto-estima

Justificação

A auto-estima refere-se à percepção avaliativa que cada um faz de si próprio, o que poderá originar uma auto-estima "saudável´"´, situada no centro de um processo contínuo cujas extremidades são a subvalorizaçõo e a sobrevalorização.

O tratamento do tema pressupõe atitudes por parte dos adultos que fomentem e favoreçam o diálogo e considerem com seriedade os ideiais dos adolescentes. Importa contribuir para que cada aluno/a se percepcione de forma realista e positiva, possibilitando a descoberta dos seus recursos pessoais, para serem apreciados e utilizados devidamente, e das suas dificuldades, para serem aceites e superadas na medida das suas possibilidades.

Nestas idades, os pré-adolescentes começam a preocupar-se com as primeiras mudanças pubertárias e com o facto de estarem ou não a ter um desenvolvimento "normal", o que faz com se compararem aos outros da mesma idade, por julgarem que se forem como os outros é sinal que está tudo a correr bem. também, dentro do seu grupo de iguais, começam a sofrer pressões para se adaptarem às normas ou padrões idealizados e perante o mundo dos adultos se confrontam com dificuldades em desenvolver as suas novas capacidades intelectuais. Todas estas situações desencadeiam, com frequência, insegurança e ansiedade, com reflexos na auto-estima.

A auto-estima compreende os seguintes aspectos:

Cognitivo - percepção que cada um tem de si mesmo no que respeita ao aspecto físico, às emoções, aos conhecimentos,..., ou seja, à sua auto-realização
Emotivo - o que a pessoa sente relativamente a si mesma: se com afecto ou com indiferença ou com hostilidade;

Comportamental - como é que a pessoa se comporta relativamente a si própria: se tem respeito por si própria, se cuida da sua saúde, se satisfaz as suas necessidades, etc.

O aumento da auto-estima pressupõe que cada pessoa adopte atitudes e comportamentos de apreciação de si própria e de aceitação dos seus limites, fragilidades, insucessos, etc., assim como, de afecto sincero para consigo própria e de atenção às próprias necessidades.

Objectivos pedagógicos

Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:

O conceito de auto-estima;

Os aspectos que contribuem para o desenvolvimento saudável da auto-estima;

As atitudes e os comportamentos que promovem o aumento da auto-estima.

Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:

Compreender que existem diferenças nas formas como as pessoas se percepcionam a si próprias;

Desenvolver atitudes e comportamentos para aumentar a auto-estima;

Rejeitar atitudes e comportamentos de sub e sobrevalorização.

Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:

Adoptar comportamentos para melhorar a sua auto-estima;

Aquirir características que ajudam a possuir urna auto-estima saudável;

Analisar criticamente aspectos inerentes ao processo de formação da auto-estima.

Conteúdos mínimos

Auto-estima como processo gradual de auto-valorização.

Características importantes para melhorar a auto-estima: apreciar a si mesmo; aceitar os limites, os insucessos; demonstrar afecto sincero para consigo próprio; prestar atenção às próprias necessidades.

Pressões dos pares e dificuldades com o mundo dos adultos.

Bibliografia

BRANDEN, N. Auto-estima: como aprender a gostar de si mesmo. São Paulo: Editora Saraiva, 1992

LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999

PEREIRA, M. e FREITAS, F. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Asa, 2001

STROCCHI, M.C. Auto-estima: se não te amas, quem te amará?. [s.l.]: Paulos, 2003

2º ciclo | Área 1: O Corpo Sexuado Tema 4 : Imagem corporal

Justificação

As mudanças do corpo decorrentes do crescimento rápido que se inicia na puberdade, por vezes, brusco e descoordenado, podem originar situações difíceis, de serem ultrapassada, pelos pré-adolescentes, por se encontrarem ainda muito inseguros em relação à reformulação da sua imagem corporal, que começa a se diferenciar da que tinham na infância. A integração das modificações do "novo" corpo nem sempre é pacifica. Alguns pré-adolescentes aceitam com facilidade a nova imagem corporal mas outros terão muita dificuldade na sua integração, podendo mesmo desenvolver um, processo de negação.

Paralelamente a estas inquietações também começam a surgir oscilações de humor e alguns questionamentos, começando a pôr em dúvida um conjunto de aspectos relacionados com a família e com a escola.

A imagem corporal, ou seja, a representação mental do corpo é um elemento essencial para a construção da identidade sexual e pessoal.

Assim, para ajudar os pré-adolescentes a uma melhor aceitação das mudanças corporais o tratamento deste tema deve contemplar quer a transmissão de conhecimentos sobre as mesmas e as suas respectivas implicações quer a assunção de atitudes positivas e de aceitação por parte dos adultos próximos. Será, também, importante explorar a "estética corporal" decorrente de padrões de beleza que, por meio da comunicação e da publicidade, exercem pressão social, impondo um "ideal estético".

Objectivos pedagógicos

Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:

Os aspectos relacionados com a imagem corporal;

As mudanças corporais e respectivas implicações;

A "estética padrão" e a "estética" saudável.

Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:

Compreender que existem diferentes formas de integração da imagem corporal;

Respeitar os outros relativamente às preocupações que tenham com o seu corpo;

Aceitar a existência de diferentes "estéticas corporais".

Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:

Adoptar comportamentos para uma adequada integração da sua imagem corporal;

Identificar as pressões sociais relacionadas com a "estética padrão";

Entender as dificuldades e preocupações relacionadas com a aceitação do "novo" corpo.

Conteúdos mínimos

Necessidade de reajustamento da imagem corporal decorrente das mudanças físicas da puberdade

Papel da imagem corporal na identidade sexual e pessoal

Pressões sociais da comunicação e da publicidade relativamente à "estética padrão" e a sua influência junto dos pré-adolescentes

Bibliografia

FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.

HARRIS, R.H. Vamos falar de sexo. Lisboa: Terramar, 1994

LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Técnicas de Educação Sexual


Download -  Técnicas de Educação Sexual


Para saber mais...

O trabalho em Educação Sexual é um trabalho complexo, sobretudo, pelas questões morais e éticas que implica.

Daí que o desenvolvimento de projectos nesta área exija simultaneamente conhecimentos técnicos específicos e reflexão individual e em grupo sobre a temática.

Para além disso, a abordagem dos afectos e das atitudes pressupõe também treino de competências pessoais e de comunicação.

Nesta secção, encontará não só informação sobre o contexto reflexivo da educação sexual, mas igualmente metodologias e actividades de aplicação prática nos diversos níveis de ensino, facilmente adaptáveis a situações concretas.

Não se esqueça que uma das regras básicas do processo de formação é conhecer o seu contexto e adaptar as sugestões ao grupo com o qual desenvolve trabalho.

A importância da Educação Sexual para o desenvolvimento do indivíduo

"Haverá quem diga que, no capítulo da sexualidade, o conhecimento é algo que lhe retira o encanto; mas poderá haver também quem imagine que o conhecimento é que irá resolver esse problema. Porventura, nem lhe retira o encanto, nem a resolve, como por encanto.

Antes de apresentar os conteúdos, a reflexão sintéctics que talvez eu pudesse deixar é que, para além de "fazer amor", há um "fazer do amor" ao qual importa atender. O amor é também uma forma de cultura, isto é, alguma coisa que se tem de cultivar. E, em todo esse processo, que é seguramente complexo, p conhecimento, sem retalhar encantos, pode constituir um ingrediente extremamente importante para a elevação e enriquecimento da qualidade que nós pomos nesse modo de habitar o mundo, a história, a vida e a relação com os outros".

José Barata-Moura

7 Regras básicas para o debate de ideias em Sexualidade

1. Crie um clima seguro e de confiança mútua;

2. Conheça os seus alunos/formandos;

3. Estabeleça regras com base no respeito mútuo;

4. Saiba ouvir;

5. Respeite as opiniões do grupo e de cada indivíduo;

6. Considere como pertinentes todas as questões;

7. Convide todos a participar no debate, mas permita que só participe quem quiser

Como implementar um projecto em EDS? 4 condições essenciais

1. Diagnóstico de partida

Para iniciar o seu trabalho na área da Educação Sexual, é conveniente começar por fazer um diagnóstico sobre a situação do tema na sua Escola:

Este tema já tem vindo a ser tratado na sua Escola?

Se sim, de que forma? Quais são os pressupostos teóricos utilizados? Tenha consciência de que existem diferentes perspectivas de abordagem da Educação Sexual. Por exemplo, há quem baseie o seu trabalho apenas nos aspectos biológicos da sexualidade, ou enfatize unicamente a informação de carácter médico, como forma de evitar a doença, ou ainda, quem foque a atenção na necessidade de abstinência por parte dos jovens e não discuta contracepção ou sexo seguro. Estas são apenas algumas das perspectivas possíveis de encontrar, apesar das Linhas Orientadoras da Educação Sexual em Portugal, publicadas em 2000, preconizarem uma visão holística do tema.

Por quem? Se o tema já é presença no plano curricular, convém saber quem tem tido a incumbência de desenvolvê-lo. O trabalho com toda a comunidade educativa é essencial e se já existem projectos desenhados e implementados deverá tentar conhecê-los o mais aprofundadamente possível. Não se esqueça que trabalhar em grupo é uma mais-valia, impossível de prescindir.

Como? Necessita também de conhecer quais as metodologias e os recursos pedagógicos a utilizar. Tente saber, na sua área geográfica, quem já produziu e testou materiais e quais as entidades que disponibilizam informação sobre este tema.Para quem? É essencial conhecer o seu público-alvo; quais as suas necessidades, questões e desejos acerca deste tema? Qual o seu contexto sócio-económico e familiar?

2. Procure informação sobre sexualidade

Não se limite apenas a pesquisar documentação sobre educação sexual; alargue a sua visão e tente conhecer as diferentes dimensões da sexualidade, numa perspectiva holística e integradora. A educação sexual não se restringe à transmissão de informação, implica trabalhar atitudes e são necessários também conhecimentos relacionados com o desenvolvimento de competências básicas de vida e de comunicação. Questões como valores, personalidade, auto-estima, imagem do corpo, género, expressão física, socialização são algumas das que compõem o tema da Educação Sexual e sobre as quais necessitará de trabalhar.

3. Posicione-se!

Reflicta sobre as questões morais e éticas que a Educação Sexual pressupõe;

Estabeleça o seu próprio ideário

4. Tenha uma linguagem e uma atitudes inclusivas!

Para ter sucesso no seu trabalho, é conveniente que tenha uma linguagem inclusiva, ou seja, que o seu discurso não exclua ninguém; tenha em atenção que hoje em dia, o conceito de família alargou-se e temos diferentes formas de agregados familiares: há crianças e jovens que vivem só com um dos pais, outros com dois pais ou duas mães...; substitua a referência a namorado ou namorada por relações de namoro de forma a puder abarcar todas as realidades...

Não parta de ideias pré-concebidas e nunca empregue ou reforçe estereótipos: não está provado que todas as pessoas jovens com determinada idade já tenham tido relações sexuais completas; não é certo que o seu discurso se dirija sempre a pessoas heterossexuais...

Metodologia de Projecto

1. Tomada de decisão acerca da implementação de programas de educação sexual


2. Obtenção do apoio dos órgãos de gestão e da família


3. Criação de um grupo de elementos pertencentes à comunidade educativa interessados em colaborar


4. Criação de um núcleo de acção que, trabalhando em equipa, desenhem o projecto propriamente dito


5. Desenho do projecto


Caracterização da instituição
Ambiente interno
Ambiente externo

Levantamento de necessidades não resolvidas

Inventário de problemas

Estabelecimento de prioridades

Definição das finalidades

Definição das estratégias

Definição dos objectivos

Definição das actividades

Discussão do projecto na escola

Aprovação do projecto